Encontrei hoje uma amiga cujo pai partiu . . . O abraço foi longo e demorado, as palavras foram o que menos importaram, o afeto disse mais. No olho dela a dor que não se podia explicar, a gratidão por estarmos lá. O pai dela foi de uma hora para outra. Ninguém esperava . . . E, apesar de sempre repetirmos que essa partida é nossa única certeza, a gente nunca está bem preparado, a gente quer esquecer . . . Sabemos, vivemos e percebemos a cada dia o ciclo da vida. Lembro de quando achava que ninguém morria. A vida era sempre longa e o fim não existia. Pai e mãe eram pessoas que sempre estavam lá, geladeira produzia comida, os lençóis da cama estavam sempre cheirosos, não sabia como, os meus irmãos mais velhos sempre me chateavam mas eu sempre queria fazer parte do clube deles, a saúde era algo p/ sempre e as preocupações nunca duravam mais de uma semana. A infância é assim. E a vida segue . . . uns se vão enquanto outros chegam . . .