sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Abrindo a porta



Acostumada com a porta fechada, ranjo ao tentar abri-la. Falta óleo nas suas dobradiças acostumadas à paralisia. Viro a maçaneta e ela não é leve.
Tenho que fazer uma pressão para frente para garantir que o trinco recue e desbloqueie o movimento. Puxo a maçaneta para cima para que a porta se descole do chão. Ao trazê-la para mim, a luz invade o espaço escuro e meus olhos parecem cegos diante da claridade. Após o primeiro baque, aos poucos a visão vai retornando, aos poucos as imagens se tornam nítidas . . . e penso porque não abri antes.

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